

I
TERRITORIOS
A IMPORTÂNCIA DA UDES
Escrito por: Sabrina Abade
A União de Dançarines do Espírito Santo (UDES), idealizado e criada por Yuriê Perazzini, tem grande importância cultural, social e artística para o estado do Espírito Santo. A UDES contribui para o fortalecimento da Cultura Urbana Popular, atuando como um espaço de valorização dos dançarines de danças urbanas e populares, como o hip hop, breaking, passinho, entre outras. Ao reunir dançarines e coletivos de diferentes regiões capixabas, a iniciativa auxilia para o fortalecimento de uma identidade cultural local.
A proposta de união no próprio nome da UDES reflete a busca pela colaboração e respeito entre diferentes grupos e estilos, rompendo com a competitividade destrutiva e fomentando o espírito de comunidade. Por meio de batalhas, encontros e apresentações, a UDES estimula a produção artística, o aprimoramento técnico dos dançarines e a criatividade. Funciona como uma vitrine de talentos e uma plataforma para o desenvolvimento de novas linguagens artísticas, proporcionando oportunidades para jovens de comunidades periféricas se expressarem e se desenvolverem por meio da dança. Com isso, promove inclusão social, autoestima e protagonismo, afastando esses jovens de contextos de vulnerabilidade.
O movimento idealizado por Yuriê Perazzini tem contribuído para dar visibilidade nacional às danças, aos dançarines capixabas e aos talentos locais. Com eventos bem organizados e participação ativa nas redes sociais, a UDES coloca o Espírito Santo no mapa das grandes expressões da dança de rua no Brasil.
Como idealizadora, Yuriê Perazzini deixa um legado de militância cultural, dedicação à juventude e ao fortalecimento das artes como instrumento de transformação social. Sua visão promove uma dança que vai além do palco, alcançando a vida cotidiana e os direitos culturais.
A importância do Encontro das Danças Urbanas
O Encontro de Danças Urbanas, que acontece a partir da criação da UDES, transforma a cidade em um grande palco, a céu aberto. As ruas, quadras, praças, becos, escadarias e esquinas tornam-se cenários vivos onde diferentes corpos se expressam, resistem e se afirmam. Cada movimento é
mais do que estética — é história, é grito, é memória que vibra nos gestos. Dançar na cidade é reivindicar território, é transformar espaço em lugar de afeto, de luta e de pertencimento.
Quando corpos diversos ocupam esses espaços com a dança, eles rompem muros invisíveis, desafiam normas e recriam sentidos. O chão de concreto vira solo sagrado. O asfalto quente acolhe passos ancestrais que ecoam saberes transmitidos de geração em geração. Há troca. Há encontro. Há vida pulsando entre um giro e um salto.
Essa ocupação dançante não é apenas expressão artística — é também um gesto político. É presença que transforma o espaço urbano em território simbólico, onde se compartilham histórias, dores e alegrias. Dançar é também resistir ao apagamento, é lembrar que o corpo é arquivo, é linguagem, é território vivo de memórias e culturas.
E assim, dançando, os corpos se conectam. Constroem redes, fortalecem identidades e celebram sua existência em e através do movimento. Na dança, o território urbano se humaniza, a cidade se torna lugar de acolhimento, e os corpos, são protagonistas de uma narrativa coletiva que pulsa no compasso da ancestralidade e da liberdade.



















