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DIVERSITY

DIVERSITY

Written by: Erineusa Maria da Silva

O registro de iniciativas como as do Coletivo UDES e do Encontro de Danças Urbanas é fundamental para reverenciar e preservar a memória das culturas capixabas. A memória cultural é o que garante a construção das identidades e a manutenção da cultura de um povo. Assim, as ações desenvolvidas pelo Coletivo UDES e pelo Encontro de Danças Urbanas contribuem para fortalecer a diversidade cultural e promover o desenvolvimento de uma linguagem própria, que reflita a pluralidade dos territórios da Grande Vitória – ES, em termos de classe social, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, deficiências ou idade. 

É inegável que esses são eixos estruturados e estruturantes de opressão e de exploração, pois sustentam e perpetuam as desigualdades e as injustiças sociais. Essas estruturas intersecionais criam sistemas de poder que impõem dominação e exploração de determinados grupos sociais. Como nos ensina Lélia Gonzalez (2003), essas estruturas podem se intensificar, como o caso do racismo e do sexismo, que colocam as mulheres negras em uma dimensão das relações sociais diferente das mulheres brancas. As danças urbanas têm um papel importante na luta antissexista e antirracista por colocar mulheres pretas e periféricas em cena.

 

Além disso, tem um papel significativo na inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiências, que muitas vezes encontram nesses espaços uma oportunidade de se expressar livremente, desafiar normas tradicionais e afirmar suas identidades e condições. Essas manifestações culturais se tornam, assim, espaços de resistência às opressões de classe, de gênero, de orientação sexual, ao racismo e ao capacitismo promovendo uma cultura de diversidade que enriquece o movimento social e artístico. 

Nesse cenário, as manifestações culturais urbanas, como as danças, atuam como espaços de resistência e de afirmação dessas identidades múltiplas e plurais. Essas expressões culturais permitem que grupos marginalizados demonstrem suas singularidades, ajudando a criar uma linguagem que seja inclusiva e que represente suas experiências de forma autêntica. Afinal, a linguagem é reconhecidamente um instrumento de poder, e a maneira como nos comunicamos e nos referimos as outras pessoas pode tanto reforçar quanto combater a discriminação e os esteriótipos. 

A construção de uma linguagem da diversidade, típica dos movimentos urbanos, é essencial para que as juventudes possam se reconhecer e se sentir representadas. Essa linguagem não é apenas uma forma de expressão artística, mas também um instrumento de transformação social. 

Portanto, iniciativas como as do Coletivo UDES e do Encontro de Danças Urbanas desempenham um papel crucial na formação de uma cultura juvenil que valoriza a diversidade, contribuindo para o desenvolvimento de uma linguagem que seja capaz de expressar as múltiplas identidades presentes nas cidades. Essas ações fortalecem a luta contra as desigualdades estruturais, promovendo uma sociedade mais justa, plural e inclusiva, onde todas as vozes possam ser ouvidas e celebradas. Fundamentalmente, tais ações fortalecem a luta para resgatar o direito à cidade em contraponto a exclusão urbana.

Referências

GONZÁLEZ, Lélia. Feminismos Plurais. São Paulo: Editora Brasiliense, 2003.

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